Securitizadora

  • Mercado de capitais no crédito às empresas: uma nova era no financiamento

    Mercado de capitais no crédito às empresas: uma nova era no financiamento

    O protagonismo do mercado de capitais no crédito às empresas

    O mercado de capitais no crédito às empresas tornou-se um divisor de águas no cenário econômico brasileiro. Pela primeira vez, os títulos emitidos pelas companhias superaram o volume de empréstimos bancários, consolidando uma mudança estrutural que impacta diretamente o relacionamento entre empresas, investidores e instituições financeiras.

    Essa transformação sinaliza um amadurecimento do mercado, no qual a busca por fontes alternativas de financiamento se torna cada vez mais relevante.

    O crescimento acelerado do mercado de capitais

    De acordo com dados recentes do Banco Central, em junho o estoque de empréstimos bancários chegou a R$ 2,19 trilhões, enquanto o volume de títulos emitidos alcançou R$ 2,21 trilhões. Quando somado às dívidas externas, o total de crédito corporativo ultrapassa R$ 6,7 trilhões, equivalente a 54,8% do PIB.

    Essa guinada mostra que o mercado de capitais no crédito às empresas deixou de ser apenas uma alternativa complementar para se tornar protagonista. Há dez anos, o mercado era 75% menor que o setor bancário nesse segmento. Hoje, já lidera o financiamento.

    Vantagens e desafios da nova estrutura de financiamento

    O modelo bancário tradicional

    O relacionamento com bancos sempre foi centralizado e prático, já que uma única instituição podia oferecer soluções integradas como folha de pagamento, alavancagem e investimentos. Porém, a maior seletividade e os custos regulatórios aumentaram as restrições ao crédito bancário.

    A lógica do mercado de capitais

    No mercado de capitais no crédito às empresas, a dinâmica é diferente. Instrumentos como debêntures, notas comerciais, CRIs, CRAs e FIDCs exigem estruturas próprias, governança sólida, garantias e comunicação transparente com investidores. Esse modelo se aproxima muito mais do funcionamento de companhias abertas do que do perfil de clientes bancários.

    Continue lendo >>: Mercado de capitais no crédito às empresas: uma nova era no financiamento
  • Empréstimo com garantia de celular: Juvo capta R$ 205 milhões

    Empréstimo com garantia de celular: Juvo capta R$ 205 milhões

    Juvo amplia recursos e fortalece o crédito no Brasil

    A fintech Juvo anunciou uma nova captação de R$ 205 milhões para expandir sua linha de empréstimo com garantia de celular. O valor foi dividido entre aportes em equity e a terceira série de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que levantou R$ 140 milhões com grandes investidores do mercado.

    Entre os participantes da rodada estão Itaú Asset Management, Augme Capital, EQI Asset e Credit Saison. A operação foi estruturada pela SRM, que atuou como coordenadora líder e distribuidora, enquanto a QI Tech ficou responsável pela administração do fundo.

    A trajetória da Juvo

    Fundada em 2014 pelo norte-americano Steve Polsky, a Juvo começou concedendo microcrédito para recarga de celular pré-pago em parceria com operadoras de telefonia. No Brasil, chegou em 2018 e, desde 2022, se destaca no mercado com o modelo de empréstimo com garantia de celular, oferecendo crédito de até R$ 4,5 mil.

    Foco na inclusão financeira

    A proposta da fintech é atender brasileiros que não possuem histórico de crédito ou enfrentam dificuldades para conseguir empréstimos em bancos tradicionais. Por meio de Inteligência Artificial, a Juvo analisa o perfil de cada cliente e define um score de crédito mais justo e acessível.

    Até hoje, já foram emprestados R$ 1,6 bilhão para mais de 20 milhões de clientes das classes C e D, reforçando o impacto social e econômico dessa modalidade de crédito.

    O impacto do novo aporte

    Com o novo investimento, a Juvo já soma aproximadamente R$ 750 milhões em recursos captados entre FIDC e equity. Segundo a fintech, os valores serão aplicados na expansão da oferta de empréstimo com garantia de celular, com o objetivo de criar mais oportunidades para milhões de brasileiros.

    Esse modelo de crédito vem se consolidando como alternativa eficiente e segura para quem precisa de recursos rápidos, mas encontra barreiras no sistema financeiro tradicional.

    O futuro do crédito digital

    O avanço de soluções como o empréstimo com garantia de celular reforça a tendência de digitalização do setor financeiro. A combinação entre tecnologia, inovação e inclusão permite ampliar o acesso ao crédito, especialmente para públicos historicamente negligenciados.

    Esse movimento mostra que fintechs como a Juvo podem ter papel decisivo no desenvolvimento do mercado de crédito brasileiro, trazendo novas formas de garantir segurança e agilidade nas operações.

    Continue acompanhando o blog da ContabilizaiBank e aproveite conteúdos relevantes e atualizados.

    Continue lendo >>: Empréstimo com garantia de celular: Juvo capta R$ 205 milhões
  • Operação Carbono Oculto expõe fragilidades no mercado financeiro

    Operação Carbono Oculto expõe fragilidades no mercado financeiro

    Operação Carbono Oculto revela fraudes bilionárias com fintechs e fundos de investimentos, destacando riscos e falta de transparência no mercado financeiro.

    O que foi a Operação Carbono Oculto

    A Operação Carbono Oculto foi deflagrada pela Receita Federal com o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio no setor de combustíveis. O caso chamou a atenção do mercado por envolver grandes gestoras, fintechs e fundos de investimentos, revelando pontos de vulnerabilidade no sistema financeiro brasileiro.

    Segundo as autoridades, mais de 350 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em oito Estados, incluindo a sede da Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país. O esquema utilizava fintechs e fundos fechados para movimentar recursos de forma não rastreável, criando camadas de ocultação para dificultar a identificação dos verdadeiros beneficiários.

    Reag Investimentos e fintech BK Bank no centro das investigações

    A Reag Investimentos confirmou, em Fato Relevante, que foi alvo da operação e afirmou estar colaborando integralmente com as autoridades. Fundada em 2012, a gestora cresceu de forma acelerada, chegando à B3 por meio de IPO reverso e expandindo sua atuação com aquisições no mercado.

    Também citada na investigação, a fintech BK Bank teria sido usada para movimentar aproximadamente R$ 17,7 bilhões em operações irregulares. Por meio de contas de difícil rastreamento, os criminosos conseguiam lavar recursos e obter lucros expressivos na cadeia de combustíveis.

    Fragilidades na governança e riscos ao mercado

    Especialistas apontam que a Operação Carbono Oculto expõe falhas estruturais na governança corporativa e na fiscalização do mercado financeiro. Apesar de existirem normas da CVM e da Anbima para divulgação de informações, a fiscalização costuma ser reativa, ou seja, atua somente quando a fraude já está em andamento.

    De acordo com Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa, o episódio mostra que a contaminação do mercado financeiro pelo crime organizado não é um risco distante, mas uma realidade preocupante. Para ele, relatórios de sustentabilidade e discursos de responsabilidade social não são suficientes. É preciso adotar práticas consistentes de governança, transparência e compliance, capazes de blindar empresas contra a corrupção sistêmica.

    O papel do investidor diante do cenário

    Para investidores, a operação reforça a necessidade de diligência prévia ao escolher gestoras e fundos de investimentos. A falta de transparência em estruturas fechadas, somada a possíveis conflitos de interesse, pode comprometer a segurança do patrimônio. Nesse cenário, avaliar a governança, a reputação e a transparência das instituições passa a ser uma medida indispensável.

    A Operação Carbono Oculto serve de alerta para empresas, instituições financeiras e investidores. Casos como este ressaltam a importância da fiscalização, da governança corporativa sólida e da atuação preventiva no combate a práticas fraudulentas.

    Continue acompanhando o blog da ContabilizaiBank e aproveite conteúdos relevantes e atualizados.

    Continue lendo >>: Operação Carbono Oculto expõe fragilidades no mercado financeiro
  • CVM multa securitizadora em R$ 25,7 milhões por fraude

    CVM multa securitizadora em R$ 25,7 milhões por fraude

    O que aconteceu com a securitizadora multada pela CVM

    A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou uma multa de R$ 25,7 milhões à Vebcap Securitizadora de Ativos, conhecida como Euro Capital. A empresa e seus sócios foram acusados de realizar oferta pública de debêntures sem registro e de praticar operação considerada fraudulenta no mercado de capitais.

    O julgamento ocorreu no processo administrativo sancionador da CVM, que analisou a emissão e venda de títulos feita de maneira irregular. A penalidade foi dividida entre a empresa e seus dois principais sócios, que também foram proibidos de atuar no mercado financeiro por um período de três anos e dois meses.

    Multas aplicadas e penalidades aos sócios

    De acordo com a decisão, a Vebcap Securitizadora deverá pagar R$ 13 milhões em multa. Já os sócios Alessandro Jovaneli de Mello e Osvaldo Nogueira Araújo Filho foram multados em R$ 7,5 milhões e R$ 5,2 milhões, respectivamente.

    Além das multas, a CVM determinou a proibição de atuação no mercado de capitais durante o prazo estabelecido. Essa medida tem como objetivo proteger investidores e reforçar a credibilidade do sistema financeiro.

    Impactos para o mercado de capitais

    O caso da Euro Capital mostra a importância da fiscalização da CVM para garantir a segurança dos investidores. Operações sem registro e fora das regras colocam em risco a estabilidade do mercado, podendo causar grandes prejuízos financeiros.

    Investidores que confiaram na empresa relataram perdas significativas, o que resultou em centenas de ações judiciais contra a securitizadora e seus gestores. O episódio serve de alerta para que investidores avaliem cuidadosamente a regularidade das instituições antes de realizar aportes.

    O papel da CVM na proteção dos investidores

    A CVM atua como órgão regulador do mercado de capitais no Brasil. Sua função é fiscalizar ofertas públicas de valores mobiliários, proteger investidores e garantir transparência nas operações. Quando identifica irregularidades, a autarquia pode aplicar multas e suspender empresas e gestores, como ocorreu neste caso.

    Esse tipo de ação fortalece a confiança no sistema financeiro e evita que novas fraudes comprometam o mercado.

    O caso da Euro Capital evidencia os riscos de investir em operações não registradas e destaca a importância da atuação da CVM na defesa dos investidores. Para quem participa do mercado, é fundamental verificar sempre a regularidade das ofertas e empresas envolvidas.

    Continue acompanhando o blog da ContabilizaiBank e aproveite conteúdos relevantes e atualizados.

    Continue lendo >>: CVM multa securitizadora em R$ 25,7 milhões por fraude
  • Recorde de negociação de CRIs, CRAs e debêntures com isenção de IR

    Recorde de negociação de CRIs, CRAs e debêntures com isenção de IR

    O avanço dos títulos de renda fixa no Brasil

    Os investimentos em debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) vêm conquistando espaço cada vez maior no mercado de capitais brasileiro.
    Nos primeiros sete meses de 2025, a negociação desses títulos no mercado secundário atingiu R$ 615 bilhões, um crescimento de 14% em relação a 2024 e de 47% em dois anos.

    Esse movimento é explicado principalmente pela corrida dos investidores para aproveitar a isenção de imposto de renda (IR), benefício que está prestes a chegar ao fim.

    Debêntures, CRIs e CRAs: por que tanto interesse?

    Debêntures incentivadas

    As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas que buscam captar recursos diretamente com investidores. Quando classificadas como incentivadas, oferecem isenção de IR sobre os rendimentos, o que aumenta a atratividade.

    Em 2025, somente as debêntures movimentaram R$ 488 bilhões, representando a maior parte desse crescimento.

    Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs)

    Os CRIs são lastreados em créditos do setor imobiliário. Ou seja, o investidor aplica recursos em operações de financiamento ou recebíveis de imóveis, recebendo em troca rendimentos fixos ou indexados.

    Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)

    Já os CRAs funcionam de forma semelhante, mas ligados ao agronegócio. Isso permite que investidores participem indiretamente do financiamento de atividades agrícolas e agroindustriais.

    Nos sete primeiros meses de 2025, as negociações chegaram a R$ 76 bilhões em CRIs e R$ 51 bilhões em CRAs.


    O alerta sobre os riscos

    Apesar do recorde de negociações, especialistas reforçam que nem sempre o investidor de varejo tem conhecimento suficiente sobre esses produtos.
    O caso da securitizadora Virgo, acusada de uso indevido de R$ 216 milhões em fundos de reserva de CRIs e CRAs, é um exemplo que reforça a importância da análise criteriosa antes de investir.

    Entre os principais riscos estão:

    • Possibilidade de inadimplência dos devedores,
    • Baixa liquidez no mercado secundário,
    • Complexidade para entender a estrutura de cada operação.

    Por isso, antes de investir, é essencial buscar orientação profissional e entender os detalhes de cada título.


    Crescimento histórico

    Para efeito de comparação, em 2021 o volume de negociações desses títulos não chegava a R$ 210 bilhões, sendo R$ 168 bilhões em debêntures e o restante dividido entre CRIs e CRAs.
    Em cinco anos, a alta foi de quase 200%, mostrando como esse mercado se consolidou como alternativa de investimento.


    O recorde de negociação de CRIs, CRAs e debêntures mostra o apetite crescente dos investidores brasileiros por títulos de renda fixa com isenção de IR.
    No entanto, é fundamental estar atento aos riscos e não investir apenas pela atratividade fiscal. Informação e cautela são essenciais para aproveitar as oportunidades desse mercado em expansão.

    Continue acompanhando o blog da ContabilizaiBank e aproveite conteúdos relevantes e atualizados.

    Continue lendo >>: Recorde de negociação de CRIs, CRAs e debêntures com isenção de IR
  • Reação penal no fomento mercantil: Justiça avança no combate a fraudes

    Reação penal no fomento mercantil: Justiça avança no combate a fraudes

    Cenário e relevância do tema

    O setor de fomento mercantil tem enfrentado desafios significativos devido a fraudes em operações de cessão de títulos de crédito. Essas práticas exigem atenção redobrada, especialmente quanto às suas repercussões criminais.

    Nos últimos anos, o Poder Judiciário tem adotado uma postura mais assertiva e rigorosa, resultando em condenações e denúncias que demonstram uma mudança de paradigma no enfrentamento ao inadimplemento e à má-fé em transações comerciais.

    Atuação combativa e resultados expressivos

    A atuação firme de escritórios especializados, como a FZ Advogados, tem contribuído para aprofundar as investigações e facilitar a compreensão das dinâmicas dessas operações, muitas vezes complexas para operadores do Direito.

    Entre os resultados mais recentes estão:

    • 3 condenações criminais
    • 4 denúncias formalizadas
    • Mais de 120 inquéritos policiais em andamento

    Casos emblemáticos

    Condenação por estelionato

    Na 8ª Vara Criminal de São Paulo, um réu foi condenado a 3 anos e 4 meses de reclusão em regime semiaberto e multa, por estelionato (art. 171 do Código Penal). As provas documentais, como relatórios bancários e depoimentos, comprovaram a fraude na captação de recursos mediante falsas garantias comerciais.

    Tentativa frustrada de inimputabilidade

    Em outro caso, a defesa alegou doença degenerativa do acusado para afastar a responsabilidade penal. O laudo demonstrou que a condição se desenvolveu após o crime, e a denúncia foi recebida com base no art. 172 do Código Penal.

    Condenação de sócio oculto

    Um sócio oculto foi condenado por estelionato qualificado após emitir duplicatas em duplicidade, antecipando-as junto a diferentes cessionários. O juízo aplicou pena de 1 ano, 2 meses e 12 dias de prestação de serviços à comunidade, multa e indenização mínima à vítima, com base no art. 171 e art. 71 do Código Penal.

    Importância ética e jurídica

    Esses julgamentos reforçam que o inadimplemento contratual não pode servir como escudo para práticas dolosas. A jurisprudência do STF diferencia claramente falhas civis de condutas tipificadas como estelionato, fortalecendo a segurança jurídica e a ética nas relações comerciais.

    O avanço das medidas penais no fomento mercantil evidencia que o sistema jurídico brasileiro está comprometido com a proteção dos direitos dos cidadãos e com a integridade das operações empresariais.

    Continue acompanhando o blog da ContabilizaiBank e aproveite conteúdos relevantes e atualizados.

    Fonte: Adaptado de reportagem da FZ Advogados

    Continue lendo >>: Reação penal no fomento mercantil: Justiça avança no combate a fraudes