Crédito Privado: Itaú Asset Lança Fundo de Securitização
Em um cenário de juros elevados e incertezas econômicas, a Itaú Asset Management, maior gestora de fundos de crédito privado do Brasil, aposta na securitização, uma estratégia amplamente utilizada no mercado global, mas adaptada ao contexto econômico brasileiro. Recentemente, a gestora lançou um fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC) voltado para investidores qualificados, oferecendo vantagens fiscais inovadoras e uma estrutura robusta para lidar com períodos de volatilidade econômica.
O que são os FIDCs e Por Que Eles Estão em Alta?
Os FIDCs são fundos exclusivos do mercado brasileiro que compram pacotes de créditos como duplicatas, cheques e recebíveis, e os vendem a investidores em cotas com diferentes níveis de risco. Este modelo é inspirado na securitização usada nos Estados Unidos e oferece uma maneira eficaz de diversificar investimentos com retornos atrativos e riscos controlados.
O principal atrativo dos FIDCs é a proteção que eles oferecem aos investidores, especialmente em tempos de instabilidade econômica. Em 2024, esses fundos registraram entradas líquidas de R$ 120,9 bilhões, segundo dados da Anbima, impulsionados por mudanças regulatórias que expandiram seu acesso também a investidores de varejo.
Novo Fundo da Itaú Asset: Inovação e Vantagens Fiscais
O fundo lançado pela Itaú Asset é o primeiro FIDC com benefícios fiscais voltado para investidores qualificados (aqueles com mais de R$ 1 milhão investido). O grande diferencial é que o imposto de renda de 15% só será cobrado no momento do resgate, ao contrário dos fundos tradicionais, que antecipam o pagamento do IR semestralmente.
Fayga Delbem, chefe de crédito privado da Itaú Asset, destacou o potencial do fundo em entrevista:
“Quando a estrutura é bem construída, os FIDCs oferecem boa proteção aos investidores com uma relação atrativa entre risco e retorno. Achamos que esse produto veio para ficar.”
Securitização Como Estratégia em Tempos de Juros Altos
Em um ambiente de juros altos, as empresas mais alavancadas enfrentam dificuldades para cumprir seus compromissos financeiros. Nesse contexto, a securitização surge como uma alternativa mais resiliente e segura. De acordo com Alexandre Coutinho, do Pátria Investments, a securitização aumenta a resiliência do portfólio de crédito:
“A securitização é uma forma de aumentar a resiliência do seu portfólio de crédito. Empresas menores já pagam juros altos, então são menos afetadas por aumentos na taxa básica de juros.”
Além da Itaú Asset, o Pátria Investments também está apostando em um novo fundo de pensão focado em FIDCs, e planeja o lançamento de mais produtos estruturados neste formato.
Crescimento Acelerado do Mercado de Crédito Privado
A Itaú Asset tem mostrado um crescimento acelerado nos últimos anos. Desde 2021, a gestora dobrou o tamanho de sua equipe de crédito privado, agora composta por 25 profissionais altamente especializados. Em 2024, a Itaú Asset movimentou R$ 160 bilhões em crédito privado, sendo R$ 130 bilhões em compras diretas de empresas.
Outro dado relevante é o crescimento do mercado secundário de crédito, que, há cinco anos, movimentava cerca de R$ 5 bilhões por mês. Atualmente, esse número ultrapassa R$ 40 bilhões mensais, um sinal claro de que o crédito privado está se consolidando como uma opção estratégica nas carteiras de investimentos dos brasileiros.
O cenário que se desenha
O movimento da Itaú Asset reflete o amadurecimento do mercado de crédito privado no Brasil e a sofisticação crescente das alternativas de investimento. Os FIDCs, especialmente quando combinados à securitização estratégica e à gestão ativa de riscos, ganham protagonismo nessa transformação. Em um contexto global ainda instável, produtos como esse tendem a se destacar e ocupar um papel central nas estratégias de alocação dos grandes investidores.
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