FIDCs ganham força com novas estratégias no mercado de crédito
O mercado de crédito brasileiro vive um momento desafiador. Taxas de juros em patamares elevados, aumento da inadimplência em determinados setores e menor disponibilidade de crédito têm levado investidores e gestores a buscar alternativas para proteger e rentabilizar o capital. Nesse contexto, a Neo, gestora com mais de duas décadas de atuação, anunciou a criação de sua vertical de crédito e o lançamento de seus primeiros Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), refletindo um movimento que vem ganhando espaço no setor.
Cenário adverso para o crédito privado
As condições macroeconômicas atuais têm impactado negativamente o crédito privado tradicional. A política monetária restritiva dos últimos anos encareceu o custo do crédito, ao mesmo tempo em que as empresas de alguns setores enfrentam maior inadimplência. Esses fatores também influenciaram os multimercados tradicionais, que perderam estabilidade e sofreram resgates significativos por parte dos investidores.
Esse ambiente reforça a necessidade de soluções mais estruturadas e seletivas para mitigar riscos. Os FIDCs surgem como instrumentos capazes de atender essa demanda ao combinar maior previsibilidade de fluxos de caixa com estratégias alinhadas a segmentos mais resilientes da economia.
Estratégia híbrida da Neo
A Neo estruturou sua nova vertical de crédito com uma abordagem híbrida, unindo elementos do crédito estruturado com special situations. Essa estratégia busca identificar oportunidades em ativos menos sensíveis às oscilações da taxa básica de juros e que apresentam fundamentos mais sólidos.
Entre os setores e ativos priorizados pela gestora estão empresas com boa saúde financeira e recebíveis provenientes de processos judiciais, como precatórios e créditos trabalhistas. Essa escolha se baseia em uma análise criteriosa do risco de crédito e da capacidade de pagamento dos devedores.
Estruturação dos fundos e lógica por trás das escolhas
A gestora está lançando um fundo principal, considerado o fundo-mãe, que centraliza as estratégias, além de uma série de fundos especializados em diferentes teses. Essa estrutura permite maior flexibilidade para captar recursos e alocar de acordo com as características de cada ativo.
Os fundos utilizam cotas sênior e subordinada para atender diferentes perfis de risco. Em alguns casos, pode ser incluída uma tranche mezanino para investidores que buscam retornos mais altos e aceitam maior risco. Essa configuração contribui para equilibrar a segurança e a atratividade dos produtos para o mercado.
Perspectivas para o mercado
O cenário nos próximos meses ainda aponta para juros elevados e desafios para empresas com maior alavancagem. Por outro lado, estratégias mais sofisticadas, como os FIDCs estruturados pela Neo, tendem a ganhar relevância ao se posicionar em nichos menos impactados por essas condições e com maior potencial de retorno ajustado ao risco.
O movimento da Neo reforça a importância de acompanhar de perto as transformações do mercado para tomar decisões informadas. Em um ambiente complexo, entender as novas alternativas de crédito pode ser decisivo para investidores e empresas que buscam oportunidades sustentáveis.
Para mais análises sobre o mercado financeiro e as tendências que impactam os negócios, continue acompanhando os conteúdos do nosso blog da ContabilizaíBank.
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